O Mito da Mãe e do Amor materno
Mãe-mulher ou mulher-mãe? A pressão social que permanece até hoje.
A imagem da mãe e da maternidade está associada ao amor divino, a pureza.
Isso é tão forte na cultura ocidental que faz com que muitas pessoas acreditem que o amor de mãe é natural, é biológico e que toda a mulher deseja ser mãe.
Na verdade, essa idealização da mãe e da figura materna foi construída a partir da ascensão da burguesia, no final do século XVIII, por interesses econômicos e demográficos.
A mulher e esposa foi "promovida" como a principal responsável ao cuidado dos filhos, comparando o amor da mãe ao amor da Virgem Maria e das santas da igreja católica.
Antes deste período, ter filhos era uma obrigação das esposas dentro de casamentos arranjados. Não havia relações afetuosas na família. Mesmo em famílias com baixa renda, os filhos eram vistos como propriedade dos pais para ajudarem no trabalho da terra.
O cuidado dos filhos eram realizados por amas ou escravas, em famílias mais ricas, ou por irmãos mais velhos em famílias mais pobres.
Na modernidade, a medicina e a psicologia também contribuíram com a ideia de amor incondicional e divino das mães, colocando toda a responsabilidade pela educação física e emocional dos filhos como responsabilidade materna (da mãe).
Esse mito do amor maternal sublime vai reduzindo as mulheres a uma única figura possível: o de ser mãe.
Isso traz consequências econômicas e psicológicas para todas as mulheres.
No aspecto emocional faz com que as mães se sintam culpadas por tudo que acontece com seus filhos. Como se o fracasso e o sucesso da prole fosse o atestado de sua competência ou incompetência materna.
Também faz com que as mães se sintam culpadas por dedicar-se ao trabalho ou terem interesses diferentes da maternidade.
Você já havia pensado nisso?
Escreva nos comentários o que você pensa sobre o mito da mãe e do amor materno.
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