top of page

Eu preferia ter nascido homem! Decifrando como é ser mulher nos dias atuais.

Não é fácil ser mulher hoje, ontem e amanhã!

Desde pequena eu achava que ser mulher era um castigo de Deus. 

Eu ouvia minha mãe, minhas tias, primas e vizinhas adultas dizerem: - Na outra encarnação eu quero ser Homem!!!! Eu ouvia as intermináveis comparações entre a vida dos homens e das mulheres e conclui que ser mulher era um fardo horrível de se carregar.


Para elas ser uma mulher era um peso diário, um desconforto físico, mental e social. Para começar diziam que os homens não precisavam lidar com a menstruação todos os meses, não tinham cólicas, não ficavam grávidos, não precisavam amamentar. Não precisavam cuidar da casa e dos filhos. Só precisavam trabalhar fora e serem servidos pelas mulheres.

E para piorar, eu pensava todos os dias que eu era duplamente castigada por Deus porque eu não tinha irmãs para dividir as tarefas da casa que minha mãe me cobrava. Eu, infelizmente só tinha irmãos. Eu precisava arrumar a cama dos meus irmãos todos os dias, por a mesa, lavar a louça, ajudar na faxina semanal da casa, recolher e guardar todas as roupas enquanto eles, junto com meu pai ficavam sentados na sala a ver televisão e não faziam nada. Nem me passava pela cabeça que aquilo era uma injustiça.


Na adolescência comecei a ficar com muita raiva dos homens, igualzinha a todas as mulheres que conheci quando eu era criança. Dizia que os homens eram completamente dependentes das mulheres, que nos oprimiam, que dominavam o mundo, por isso o mundo estava uma porcaria. Gritava por direitos iguais, denunciava as injustiças de gênero. Mas fazia dieta o tempo todo para não engordar, perdia mais de 1 hora todos os dias para me arrumar, me maquiar e continuava a ajudar minha mãe enquanto meu pai e meus irmãos ficavam sentados a ver televisão.


Na vida adulta cai do cavalo. Porque queria reclamar do meu marido como reclamava dos outros homens imprestáveis que eu apontava. Mas me sentia muito mal quando ele lavava uma louça ou fazia o jantar. Não conseguia ficar sentada vendo televisão com ele se tinha a casa suja ou roupa para lavar. Não demorou muito para eu ser igual a minha mãe, minha avó e minhas tias e poupá-lo a tempo todo das atividades “femininas” da casa e da vida.


Mas a grande virada aconteceu quando fui mãe de MENINOS. Como eu poderia dizer que meus filhos homens também seriam imprestáveis, insensíveis, exploradores de mulheres, folgados, machistas? Foi ai que precisei ressignificar o que é ser mulher e o que é ser homem. 


Precisei parar com essa luta de que um é mais que o outro, que um é melhor que o outro.


Hoje eu posso dizer, depois de um longo processo que as MULHERES não são MAIS que os HOMENS. Mas também não são menos. Homens e mulheres são diferentes, mas isso não os faz melhores ou piores que o outro. Ser mulher não é ser do lar. Ser homem não é só trabalhar fora. Pode existir parceria e leveza entre homens e mulheres, na casa, na criação dos filhos, no trabalho, nos direitos e deveres sociais.

Ainda estamos longe disso. Ainda há muito ódio e ressentimento entre homens e mulheres. Mas já estamos no caminho! 


E você? Ainda acredita que é melhor nascer homem que mulher?


9 visualizações0 comentário

コメント


bottom of page